RPPN Sesc Pantanal
A maior reserva particular do Brasil
Em 4 de julho de 1997, a Portaria n° 71/97N do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), reconhece a primeira área designada como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, de propriedade do Serviço Social do Comércio (Sesc). A área total protegida pelo Sesc no Pantanal chega a 107.996 hectares, correspondendo a quase 1% da extensão total do pantanal mato-grossense. Assim nasceu a maior RPPN do Brasil, que, de antigas fazendas de gado desativadas, fez ressurgir árvores exuberantes, solo fértil e uma fauna bela e diversa.
A RPPN Sesc Pantanal está localizada no município de Barão de Melgaço, um território predominantemente pantaneiro, inundável em grande parte de sua extensão na época das chuvas. O perímetro total da Reserva atinge quase 300 km: no limite noroeste, faz divisa com um trecho de 80 km da margem esquerda do rio Cuiabá, ao leste com um trecho de 30 Km do rio São Lourenço, no limite sul faz divisa com fazendas de gado e a Terra Indígena Pirigara, e na fronteira norte, além de fazendas de gado, está localizado o Distrito de São Pedro de Joselândia, com uma população rural de aproximadamente 2.000 habitantes dispersos em pequenas comunidades rurais.
No ano 2000 a RPPN foi declarada pela UNESCO como Zona-Núcleo da Reserva da Biosfera do Pantanal e em 2003 foi reconhecida como Sítio Ramsar pela Convenção Ramsar de Áreas Úmidas. Portanto, as atividades na Reserva envolvem objetivos em consonância com a legislação vigente (Lei Federal n° 9.985 de 18/07/2000) e as diretrizes gerais da Convenção Ramsar das Áreas Úmidas.
A RPPN tem como objetivos principais
• Preservar amostras de ecossistemas;
• Preservar a biodiversidade;
• Preservar as espécies raras, endêmicas ou ameaçadas de extinção;
• Facultar a interpretação ambiental;
• Propiciar pesquisas científicas;
• Propiciar educação ambiental na Reserva e no seu entorno;
• Promover a proteção de recursos hídricos.
A implementação da Reserva vem possibilitando a manutenção de serviços ecossistêmicos vitais à reprodução da dinâmica do Pantanal, contribuindo para o provimento de água em quantidade e qualidade, manutenção da biodiversidade, adaptação às mudanças climáticas e diminuição de riscos associados aos fenômenos naturais extremos, serviços que a natureza promove e que são possíveis mediante o manejo e cuidado das áreas protegidas, especialmente áreas mais extensas, como é o caso da RPPN Sesc Pantanal.
Além destes impactos positivos, a Reserva se constitui ainda numa das bases sobre a qual se sustenta a economia da região, possibilitando o progresso econômico e social das comunidades em seu entorno e do município como um todo. Sua existência contribui para o ICMS Ecológico, um recurso financeiro destinado ao município pelo Estado, que tem como base de cálculo a extensão de áreas protegidas em seu território.
Este caminho é longo, cuidar da natureza em um mundo que se urbaniza mais a cada dia pode ser árduo, mas que os benefícios dos resultados se estendem a toda humanidade, numa escala de tempo que alcança as gerações que ainda virão, gerações de formigas, borboletas, peixes, lobos-guará, tamanduás, jaguatiricas, gerações de pessoas com o direito de desfrutar e cuidar deste patrimônio do qual todos nós dependemos.